Trânsito

O desafio de cruzar a São Francisco de Paula

Motoristas fazem malabarismos em avenida para fugir das ondulações do calçamento

Fotos: Carlos Queiroz

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A avenida São Francisco de Paula é uma das principais vias de ligação das zonas norte e leste da cidade. Ela une as avenidas República do Líbano e Ferreira Viana. Funciona, portanto, como um importante atalho para duas regiões distantes uma da outra, sem a necessidade de os motoristas se aproximarem do Centro. Muitos condutores, porém, passaram a questionar se ainda vale a pena recorrer ao caminho, já que em grande parte das duas pistas o calçamento tipo unistein encontra-se em péssimas condições. A ondulação alta, causada pela movimentação do subsolo, dificulta o trânsito e tem sido motivo para acidentes e danos aos carros.

Nos pontos mais críticos a "onda" de pedra chega perto da altura de uma roda de carro. Passar por cima é praticamente impossível sem danificar a parte inferior do automóvel. Os motoristas apressados ou os que não conhecem a via podem facilmente se acidentar ao desviar dos obstáculos. As placas de sinalização do local advertem: a velocidade máxima permitida é de 60 quilômetros por hora, mas basta alguns minutos em observação para ver que muitos arriscam a vida - e a de outros. Combinam, perigosamente, o excesso de velocidade com os defeitos da São Francisco de Paula.

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Os buracos e os levantes, somados à pouca iluminação, durante a noite, aumentam ainda mais a dimensão do problema. De acordo com João Francisco Duarte, 50, morador da São Francisco de Paula esquina rua Davi Canabarro, acidentes envolvendo cliclistas e motociclistas estão cada vez mais frequentes no local. "Esses dias uma moto perdeu o controle e subiu por cima da calçada. O motorista caiu", relata Duarte.

Em uma oficina, também localizada na avenida, os principais consertos são realizados na suspensão, na caixa de câmbio e no cárter dos veículos, conta a proprietária Fabiana Lopes. Muito resultante do choque com os bloquetes.

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Peso somado à falta de manutenção
O calçamento da São Francisco de Paula foi instalado há cerca de 30 anos e os problemas têm origem na movimentação do subsolo com o tráfego intenso de veículos pesados, como caminhões e ônibus. Segundo o coordenador da Unidade Gerenciadora de Projetos da prefeitura (UGP), Jair Seidel, na época que foi colocado, possivelmente não foi retirada camada suficiente do solo para evitar essa movimentação. Por ser muito extensa, a São Francisco de Paula está dividida para as obras de melhorias. A parte localizada ao lado do Shopping Pelotas recebe manutenção e uma faixa de 300 metros de asfalto está sendo colocada. Já a parte entre a Ferreira Viana e a República do Líbano recebeu o último reparo há três anos.

Sem previsão para novos consertos, Seidel ressalta que a UGP está ciente dos problemas e busca verbas para fazer a manutenção. Segundo ele, a via não será asfaltada. Serão retirados os blocos de concreto para que uma fatia maior do subsolo também seja retirada. Depois desse processo, uma camada de areia será colocada antes da recolocação dos blocos. Enquanto as obras não são realizadas, os moradores da via contam com o bom senso dos motoristas para evitar acidentes.

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